terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Entre homens e robôs

O ser humano, em seu processo de manifestação e expressão através da arte chegou a um momento de produção artística que pode ser definido como um conjunto de interações com a tecnologia, revelada em movimentos artísticos com dinâmicas performáticas variadas, enquanto participantes, materiais, suportes e instrumentos utilizados, tempo de duração da performance e a própria durabilidade do produto artístico. Esse desenvolvimento, que podemos denominar “arte midiática”, passando pela realidade virtual interativa, de tal modo que o ser humano, e não apenas os intitulados “artistas” tornam-se interagentes e não mais “puros observadores”
Com a predominância do corpo do artista como centro do processo de produção artística no Séc. XX, progressivamente essa proeminência declinou para a elaboração de arte utilizando não apena o próprio corpo, mas somando-o a elementos advindos das novas tecnologias computacionais e da própria explosão da rede mundial de computadores como canal de expressão, viabilizando também a possibilidade de expressão e divulgação artística a quantos busquem estas técnicas e canais.
Esse processo de mutação do ser humano que, em sua junção com a tecnologia desencadeia um processo de evolução onde não mais se percebe de modo tão ressaltado os elementos tecnológicos como próteses, complementos anexados ao ser humano mas como parte integrante, interiorizado, assimilado e resultante em um novo ser, onde o incremento de bancos de dados, gráficos e novas tecnologias de armazenamento, leitura e transferência de dados possibilitam uma ampliação da relação cognitiva do ser humano e uma interação informacional grupal em forma, conteúdo e velocidade ainda não vistas até então. Citando a pesquisadora e escritora Lucia Santaella, que em seu livro "As artes do corpo biocibernético, do livro Culturas e artes do pós-humano – Da cultura das mídias à cibercultura" (Ed. Paulus, 4ª edição, 2010) cita a tese de Donald (1991) “as tecnologias de expansão dos sentidos e da inteligência do seres humanos deve corresponder ao terceiro estágio evolutivo da espécie".
Ampliando a abordagem deste já multifacetado tema e ainda tomando Santaella como referência, chegamos a percepção de produções artísticas como “refrações do corpo” e “memórias do corpo”.
Nessa primeira concepção, de “refrações do corpo”, tendo como referência produções artísticas do início do novo milênio, e que utilizam diversos materiais e plataformas físicas e virtuais, a percebemos um caráter proeminentemente experimentalista e metamorfoseante das esculturas, foto e videoinstalações, onde o ser humano é revisitado, registrado, tratado e exposto com a utilização dos mais variados elementos tecnológicos a serviço da reelaboração e ressignificação do ser humano. O grotesco, o erótico, o irônico, o visceral e o ultrarrealista das obras de Jack e Dinos Chapman, Vanessa Beecroft, Markus Degen, Mariko Mori e da brasileira Letícia Parente, dentre outros, mais que sinalizam, realizam a aplicação conceitual da percepção do ser humano como algo metamorfoseado pela tecnologia e os avanços científicos em campos tão diversos quanto a biologia e a física quântica.
Já na segunda percepção, de “memórias do corpo”, tomando como referência artística obras de Del Pilar Sallum, Acconci, Bruce Nauman e, novamente uma brasileira, Neide Jallageas, constata-se várias tentativas de perpetuar uma memória do ser humano como que antevendo uma mutação iminente, mergulhadas numa perspectiva narcisista, os artistas produzem registros contundentes de suas formas e expressões como que buscando, segundo nossa guru cibercultural: “descobrir qual a forma atual do corpo humano, uma forma que é ainda invisível aos nossos olhos".
Mais informações, leia:

As artes do corpo biocibernético, do livro Culturas e artes do pós-humano – Da cultura das mídias à cibercultura, de Lúcia Santaella, Ed. Paulus, 4ª edição (2010)


Por: Claudemberg Neves





Arte, Mídia, Convergências e Divergências

As condições de diversidade e dinamicidade da arte e da cultura, faz com que ela se torne um fenômeno sempre complexo, justamente por que não podemos analisar a arte no sentido de continuidade e sim de apropriação. A efetividade da arte, ramificada na cultura com produtos midiáticos se ligam então através de adaptações, de experiências que tornaram esse misto interacional um vulcão efervescente de estudos.

A cibercultura e as mídias que atuando fortemente nos meios de massa, TV , rádio, impresso, dentre outros, evidenciam as plataformas que resignam nas características de veiculações, que alteram. Falar em veículos implica nas diversas plataformas que de certa forma alteram as dimensões de abrangência cultural, web rádio, web TV, rádio, apps, sites, programações, etc.
O uso da palavra ‘’mídias’’ nas expressões culturais evidencia e efetiva cada vez mais a incorporação das plataformas comunicacionais em meio as realidades locais de cada cultura. Toda via sem essas poderosas tecnologias comunicacionais atuais, e a globalização não seria possível, as consequências dessas tecnologias para a comunicação, arte e a cultura são remarcáveis. Tudo isso implica falar em uma revolução da informação e da comunicação entrelaçada à arte.


Por:Lucas Gonçalves
  

Arte e Mídia

A arte analisada a partir das convergências com a cibercultura, e as modificações por ela imposta, as diversas compreensões do que é ou como se caracteriza e alguns outros pontos importantes serão destacados nessa publicação.
A princípio as diversas hipóteses, como fala a Lúcia Santaella, hipóteses, compreensões análises que provém de fatores como compreensão, olhar, costumes, religião, moral, etc. No entanto existe um vertente universal a se falar de arte, é a universalidade de saber que existe uma independência, e permite que possa haver a adaptação, isso por que ao se falar de arte, ou cultura por exemplo, não podemos falar em algo engessado, a cultura se move, se desloca, cultura se adapta a novas convergências, experiências e manifestações, assim como a arte também.
Porém é essa arte e essa cultura na qual falamos que tem sofrido, ou melhor, tem se adaptado a algumas  formas. Adaptação essa provinda da cibercultura, para melhor entendermos podemos falar em uma apropriação primeiramente do corpo, do humano, aos meios híbridos comunicacionais que  interagem diretamente com a cultura. Assim quando falamos em arte abrimos um leque de abrangências dessa variável, civilização, história, padrões, funções.


Por:Lucas Gonçalves 

A arte reconfigurada

Se a cibercultura reconfigurou o próprio corpo humano, além da estrutura cotidiana como é sabido, através dos sistemas digitais, informatizados e inteligentes, a arte, portanto, foi reconfigurada. Partir-se-á aqui de inicio, da concepção de arte.
Devido às inúmeras tecnologias dos dias contemporâneos, o fazer artístico é modificado, uma vez que as usa como parte do processo de concepção do produto. Ademais, as próprias tecnologias também são objetos de arte ou em alguns casos, sujeito da criação ao lado do artista.
O que é arte no início do século XX, se criada no final do mesmo século, quando a globalização já atua e a internet começa a ser usada mundialmente, tanto o seu processo de criação como o resultado, teriam grandes possibilidades de serem diferentes ou impossíveis de não serem.
A arte atual é também tecnologia, tal como a tecnologia também se transformar em arte. Isso pode ocorrer quando a tecnologia perde, em muitos casos, seu valor mercadológico ou mesmo quando nem este possui. É uma afirmação variante, que dependerá do olhar artístico.
Além dessas afirmações, ainda cabe a seguinte: a arte não só é reconfigurada pela cibercultura, como usa desta para criticar a relação homem versus tecnologia. Muitos artistas direcionam a sua produção, como instrumento de crítica da dependência que o homem tem da tecnologia, e principalmente, do fetichismo da tecnologia. Tem-se a impressão e em determinados momentos a constatação, de que as tecnologias tornam-se mais importantes para determinados grupos de pessoas, do que mesmo outras pessoas. Elas, as tecnologias, ganham vida e saem do campo de objeto para o campo do sujeito.   




Por:Breno Árleth

O corpo reconfigurado

O corpo humano, após a cibercultura passou por novos processos de adaptação e evolução. Primeiro sentidos como a audição e visão, por exemplo, passaram a ser explorados como antes não eram. Cotidianamente, uma pessoa na rua ou em sua casa é bombardeada por uma quantidade distinta de sons e imagens de luminosidade variante. Avalia-se que há nesse momento inicial uma adaptação. Segundo, tanto os sons como as imagens contêm uma gama de informações. Assim, o corpo, físico e psíquico, terá de evoluir para apreender a lidar e em determinados momentos suportar tais fatos.
Além disso, o próprio corpo em sua dimensão molecular já não é mais o mesmo que fora antes da cibercultura. Com o desenvolvimento das tecnologias em todas as áreas, inclusive na medicina, comem-se alimentos e tomam-se bebidas modificadas, por meio de tecnologias, que concede determinadas características ao corpo já conhecidas e praticamente encomendadas. Há também os medicamentos, tomados com frequência pela população mundial e que combatem doenças, torna o corpo resistente a outras, supre a necessidade de determinada substância imprescindível à boa saúde.
O corpo atual do ser humano é o corpo cibernético, não porque possui uma prótese, um chip eletrônico para sê-lo, como muitos acreditam. No entanto, pelo o que foi dito anteriormente, o corpo é cibernético nos seus níveis mais profundos, molecular, celular, atômico e assim por diante.

Daí, pode-se também caracterizar esse corpo de pós-humano. Uma vez que o que é orgânico está em constante, complementar e em alguns casos inseparável convergência com as tecnologias orgânicas e não orgânicas. Tecnologias resultadas de descobertas e evoluções de longa data, mas que tiveram seu apogeu com o surgimento da cibercultura.

Por:Breno Árleth 

A arte reconfigurada pela cibercultura

A reconfiguração da arte com a chegada da cibercultura é algo inegável. Os processos artísticos, bem como os resultados deles, apontam para uma relação não de dependência entre arte e cibercultura, mas de complemento inseparável na contemporaneidade. Para tanto, antes de tratar dessa questão, propõe-se compreender outro processo, ainda em curso: o corpo reconfigurado pela Cibercultura, em termos físicos e psíquicos. Pois, o corpo humano é sujeito e também, quando assim deseja o artista, objeto da criação artística, plataforma que a sustenta. Portanto, a arte atual é em parte resultada do corpo humano atual.


Por:Breno Árleth

Imersão em videos

videos gavados em 360° são uma boa experiencia de interativide.